
Redes de Franquias
Empreendedorismo em franquias?
Publicado originalmente na coluna Franquias da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) em 04/04/2011.
É comum notarmos em revistas, livros e mesmo através de palestrantes sobre franquias a intensa associação entre empreendedorismo e o sistema de franchising. Entretanto, nos cabe analisar em que grau a ação empreendedora está presente neste modelo de negócios, e especialmente qual o papel empreendedor das partes envolvidas, nisto franqueados e franqueador.
À figura do franqueador é inquestionável a postura empreendedora, dado a iniciativa em conceber um novo negócio, envolvendo a criação de uma nova marca, produtos, serviços, padrões de atendimento e qualidade, dentre outros.
O que devemos questionar é o quanto empreendedor e inovador foi o franqueador de determinada rede. Debate-se isto baseado no grau de ineditismo empreendido por este empreendedor. Franqueadores que conseguem conceber produtos e serviços realmente inovadores poderão ganhar maior destaque da sociedade, e com isso atrair mais franqueados e consumidores à sua rede.
De outro lado, observamos muitas redes, não cabe mencionar nomes nesta coluna, que são verdadeiras cópias de redes de sucesso. Neste caso questionamos o poder empreendedor deste franqueador. Por mais que tenha empreendido, a rede de franquias concebida, ofusca-se frente a outras redes, por não possuir muitos diferenciais competitivos.
Na outra extremidade do sistema de franchising, temos o franqueado. Seria o franqueado um empreendedor pelo fato de adquirir uma franquia? Sim, mas em um menor grau. De certa forma, o franqueado empreendeu ao estabelecer um negócio. Entretanto, como sabemos, o sistema de franchising, de maneira geral, não é um grande contribuidor para a ação empreendedora de franqueados.
Algumas ressalvas devem ser destacadas, o empreendedorismo por parte dos franqueados deve ser moderado, dado a exigência de controle estabelecida pelo franqueador na manutenção dos seus padrões. Já foi dito nesta coluna, sobre o estimulo à participação de franqueados em determinadas redes. Esta postura pode contribuir para uma ação empreendedora maior por parte do franqueado.
Com isso, vemos no sistema de franchising a ação empreendedora em grande parte pelo franqueador. Sendo este em determinados casos muito inovador, ao conceber novos caminhos para o posicionamento da rede de franchising. Entretanto, há franqueadores com reduzido grau de inovação em sua rede. Aos franqueados, cabe seguir as políticas das redes a que pertencem. Havendo abertura para sua participação poderemos ver cada vez mais um nível maior de empreendedorismo em franquias.